Estúdio paulistano Claraboia criou projeto gráfico do álbum “Medula e osso”

Elaborado pelo estúdio Claraboia, de São Paulo, o design gráfico do novo álbum do compositor Fernando Pellon “Medula e osso”, lançado em abril de 2023, chama a atenção pela qualidade artística e a identidade visual criada especialmente para o disco.  O projeto é fruto da criação coletiva dos designers do estúdio paulistano, que conseguiram imprimir nesse trabalho um padrão estético inusitado.

“O trabalho do Pellon é influenciado pela tropicália, que, do ponto de vista estético, produziu paródias e pastiches do passado, tensionando e transformando seus significados. Por isso, a colagem foi definida como partido formal da composição antes de qualquer outra decisão de projeto”, explicou a designer Luciana Orvat, acrescentando que a colagem incorpora um procedimento “antropofágico”.

“À medida que retira imagens de seu contexto original para ressignificá-las, para atribuir a elas novo sentido. Paralelamente, existia o fato de que as canções são originalmente muito gráficas, assim, não só as letras das músicas como sua ambiência e seu espírito dispararam as buscas por imagens para a composição”, concluiu.

Luciana também destacou como o design de “Medula e osso” compõe elementos gráficos visuais que exprimem o conteúdo musical do disco, tornando a capa um item determinantemente e significativo para a expressão do trabalho de Fernando Pellon.

“A partir da frase ‘Na geleia geral Brasileira, alguém tem que exercer as funções de medula e osso’, de Décio Pignatari, Pellon batiza o disco e  nos fornece as bases para o projeto do encarte. Numa sequência de ‘des-dobramentos’, o conjunto de imagens coletadas é revelado em forma de coluna vertebral, em escala mais ou menos real”, disse Luciana.

“Para a capa, que antecipa e introduz essa imagem, reservamos um emaranhado de texturas, algumas sobreposições de vestígios dos recortes, a violência sugerida pelas bordas rasgadas do papel, e alguma escatologia para tentar mimetizar a costura teórica do artista e seu meio”, ressaltou.

Com dez faixas inéditas, tanto pelo repertório quanto pelos intérpretes o álbum “Medula e osso” também se destaca pelo conjunto de elementos visuais, em cujo contexto, segundo Luciana, “procuram trabalhar a serviço das múltiplas camadas de significado da obra”.

. Assinam o projeto gráfico de “Medula e osso” os designers Felipe Daros, Luciana Orvat, Yasmin Amorim (designers) e Raquel Mendes (estagiária)