Em noite inspirada, Fernando Pellon encerrou a sua apresentação no Sesc Belenzinho, em São Paulo, na última sexta-feira, 23 de março, dizendo-se muito satisfeito com o show que celebrou os 35 anos de gravação do seu primeiro disco “Cadáver pega fogo durante o velório”, gravado em 1983.
O compositor disse que o evento foi coroado pela participação especial dos cantores e compositores paulistanos Douglas Germano e Marcelo Pretto, da cantora Fátima Guedes, do seu antigo parceiro Paulinho Lêmos e “de um time de músicos paulistas muito bacana”.
Ao final do espetáculo, Fernando Pellon recebeu muitos elogios do público que compareceu ao auditório do Sesc Belenzinho. Durante o evento, o que chamou a atenção foi o número de jovens que sabiam suas músicas de cor, muitos deles inclusive que nem eram nascidos quando o disco saiu do estúdio, em 1983.
— O público de fé apareceu, pessoas que acompanham o meu trabalho pela internet. Foi uma oportunidade de conhecer muita gente pessoalmente, e isso certamente vai colaborar para que a divulgação das nossas músicas, para que a nossa proposta estética se dê de uma maneira mais efetiva, disse Fernando Pellon.
Pellon disse também que o show foi tão gratificante que já está pensando em repeti-lo no Rio de Janeiro:
— Fico muito agradecido a todos, principalmente à produção do projeto “Álbum” e à equipe de produção do Sesc Belenzinho, especialmente ao Sandro Saraiva por essa oportunidade de eu me apresentar em um palco paulistano para mostrar o meu trabalho.
O show contou com a produção do pesquisador e produtor Fábio Giorgio. Os arranjos e a direção musical foram de Jayme Vignoli, que considera o disco “Cadáver pega fogo durante o velório” um dos grandes trabalhos de Fernando Pellon.
— O disco “Cadáver pega fogo durante o velório” coleciona não somente críticas positivas até hoje, mas continua sendo um álbum surpreendente e muito original, dada a sabedoria e categoria com que Pellon ‘alquimiza’ sua poesia com ritmos tradicionais brasileiros. Ele é um grande artista, compositor/músico completo, pois, além da poesia marcante e forte, ainda é inspiradíssimo melodista e canta muito bem.
Para Jayme Vignoli foi uma grande oportunidade de reverenciar o disco “Cadáver” e perceber que tudo não parou após o lançamento da obra:
— A produção de Fernando Pellon tem seguido intensamente e, sendo um trabalho muito original (Jayme disse que não conhece algum outro artista fazendo coisa semelhante), é uma oportunidade de o público se encontrar consigo mesmo e, ainda assim, se surpreender, afirmou Vignoli.