Com apresentação especial no Sesc Belenzinho, em São Paulo, dia 23 de março, Fernando Pellon comemora os 35 anos da gravação do disco “Cadáver pega fogo durante o velório” (1983). O compositor foi convidado para participar do projeto “Álbum” do Sesc, que remonta a memória da música brasileira por meio de registros fonográficos que ajudaram a consolidar sua história.
Feliz com a repercussão positiva que o disco causou e ainda causa no meio musical, Fernando Pellon falou sobre o convite para se apresentar em São Paulo: “Hoje, 35 anos após a gravação do “Cadáver pega fogo durante o velório”,, ainda é preciso cantar moribundas vontades com todas as letras”, diz o compositor.
Produzido pelo jornalista e crítico musical Roberto Moura, o álbum foi lançado em 1983, pelo selo independente Vento de Raio. O trabalho foi premiado com o troféu Chiquinha Gonzaga no ano de seu lançamento, pela Associação dos Produtores Independentes de Discos (APID).
O projeto gráfico do disco foi ousado para os padrões da época. A capa traz as fotos dos cinco intérpretes imitando cartazes dos procurados pelo regime da ditadura militar (1964-1985). O texto de apresentação foi escrito pelo jornalista Tárik de Souza.
Lançado no período ditatorial brasileiro “Cadáver pega fogo durante o velório”, atravessou os sombrios e complicados desvãos da Censura Federal, com uma de suas faixas vetada.O veto foi derrubado no Conselho Superior de Cultura, em um longo processo que durou cerca de oito meses, com o apoio do pesquisador Ricardo Cravo Albin. Felizmente, o talento venceu, o disco virou cult e continua sendo muito bem avaliado pela crítica musical e cultuado, inclusive, pelos fãs de rock.
Neste show no Sesc Belenzinho, Fernando Pellon (voz) é acompanhado por Jayme Vignoli (cavaquinho, arranjos e direção musical), Ronaldo Gama (baixo), Hermano Pellegrini (violão), Richard Fermino (sax, clarineta e flauta), Jhony Guima (percussão), Leonardo Carvalho (bateria), Henrique Araújo (bandolim), além das participações especiais de Paulinho Lêmos, Douglas Germano, Fátima Guedes e Marcelo Pretto.
Composto por nove canções, sendo sete de Fernando Pellon e duas parcerias, uma com Paulinho Lêmos e outra com Renato Costa Lima, o disco teve show de lançamento no bar O Viro da Ipiranga!, no bairro de Laranjeiras, zona sul do Rio. O repertório apresenta sambas e choros, interpretados pelo próprio Pellon, com as participações especiais de Paulinho Lêmos, Cristina Buarque, Sinval Silva e Nadinho da Ilha.
Quando o disco foi lançado em 1983, a base instrumental foi um dos destaques e era formada por Raphael Rabello (violão sete cordas), Helvius Vilela (piano), Marcelo Bernardes (sopros), Oscar Bolão (percussão), Afonso Corrêa (bateria), Tunico Frazão (cavaquinho) e o violonista João de Aquino, músico responsável pela maioria dos arranjos.
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