O cantor, compositor e sambista Moacyr Luz também tem uma participação especial no novo disco de Fernando Pellon “Medula e osso”, para o qual ele gravou o samba “Ruínas da cidade”, uma das 10 faixas do quarto álbum do artista. O disco ainda encontra-se em fase de produção sob a direção musical de Jayme Vignoli.
Convidar Moacyr Luz para uma parceria musical era uma vontade antiga de Fernando Pellon. Ele o conheceu no início da década de 80, quando havia um grupo de compositores que se reunia no bairro de Copacabana, na Zona Sul do Rio. “Meu parceiro Paulinho Lêmos era parte dessa turma. Anos depois, nos reencontramos na Muda (Zona Norte), por ocasião das fantásticas rodas de samba do Bar da Dona Maria, na Rua Garibaldi. Era lá perto que se concentrava o memorável bloco Nem Muda nem Sai de Cima, do qual participavam o Moacyr Luz e o Aldir Blanc”, recordou Fernando Pellon.
Fernando Pellon é um grande admirador de Moacyr Luz, e recorda que também tive a oportunidade de ver o início da roda Samba do Trabalhador no Renascença Clube, lançada em 2005. “Além disso, ele é um cultor da gastronomia carioca, deixando como legado o Manual de Sobrevivência nos Butiquins Mais Vagabundos, um livro ricamente ilustrado pelo Jaguar. Com tantas realizações e militância na cultura do Rio de Janeiro, não poderia ser outro o intérprete de ‘Ruínas da cidade’ no meu disco”, afirmou.
Moacyr Luz também considera Fernando Pellon um grande artista, e falou sobre o olhar percuciente que o compositor tem sobre o cotidiano da cidade. “Nós temos um olhar parecido em relação à cidade do Rio de Janeiro. Em especial, ao subúrbio, às mazelas, à cidade sendo consumida pela violência e a fome. Isso tudo me fez participar do disco do Pellon. Uma inovação, um samba rebuscado. Eu fiz (a gravação) com o maior prazer, e tenho a honra de estar participando desse trabalho”, declarou Moacyr Luz.